A DIDÁTICA E OS TEXTOS
Esse semestre foi um
desafio para os estudantes de Letras do Sétimo Período, pois foi
estudado as cadeiras de Didática e ESO, e teve alunos que fizeram os
dois, fazendo a jornada ficar mais densa.
Quem ensinou foi a
professora Tati, e, pelo que sei, todos passaram nela, a não ser
quem desistiu de estudar.
Estudamos, em
Didática um livro de Magda Soares, que versou sobre disciplinas
curriculares, e a história da disciplina de Português, o que foi
de muito proveito para todos, pois ficamos sabendo como era o ensino
essa matéria, e como a gramática foi mudando ao longo do tempo; as
gramáticas usadas, a influência do latim na formação dos
estudantes, centenas de anos atrás; depois, veio a de Lições da
História da Disciplina do Português. Magda deu um grande passeio
pela história, e fortaleceu no conteúdo, para que os docentes
futuros não ficassem magros no conhecimento da língua.
Mas o livro que mais
nos impressionou foi o escrito por Schneuwly, Dolz, e colaboradores;
a tradução é de Rojo e Cordeiro.
Nele, ficamos
sabendo que o contexto de produção é muito importante no ensino,
para que os alunos tomem consciência dos gêneros, e para que possa
dominar eles, olhando para as sequencias didáticas,o que facilita
muito o aprendizado, para que o aluno diferencie um texto do outro,
vendo seus vários aspectos. É preciso que o aluno compreenda a
situação de comunicação, a quem o texto se dirige, saber o que
está escrevendo. E esse texto de Schneuwly é um texto denso, desses
que o indivíduo precisa ler várias e várias vezes, para poder
fazer uma boa prova, e entender, mais do que decorar, pois decorando
não se aprende nada, apenas se decora; e foi o que os autores
tentaram passar para seus leitores, o texto todo. Alguns de nós
tivemos dificuldades com esse texto, tanto em compreender, quanto em
fazer a prova com base nele, e isso foi uma pedra no sapato. Não
digo que não houve esforço por parte da professora; houve, sim,pois
se esforçou para que entendêssemos ele, mas é que, por falta de
costumes, de alguns de nós, em lidar com textos densos de
universidade, não assimilamos bem o conteúdo, ou, talvez, por haver
outros texto também densos, (e por alguns alunos trabalharem durante
o dia, outros, casados, com probelmas financeiros,) como o de Soares.
Não havia ainda estudado com essa professora, a Tati, como alguns de
nós a chamamos, e confesso que gostei (quem não gosta de uma
professora bonita, fala macia, e sorriso maneiro?). Gostei bastante
dos aspectos tipológicos, principalmente da relação que tem nele,
dos tipos de gêneros orais e escritos. A relação é grande. Bom
ver as várias capacidades dominantes deles, e como isso ajuda no
aprendizado da escrita, e dos textos orais.
Com Rojo, ficamos
mais conscientes dos letramentos múltiplos. Foi bom ler esse texto e
ficar sabendo a diferença entre letramento e alfabetização, e as
demais formas. Alguns letramentos: multissemióticos, críticos e
protagonistas, e os múltiplos. Os capítulos que mais gostei foram
os que vão do 4-6. Ótimos para nos conscientizarmos sobre
letramento e alfabetização com detalhes, embora alguns achem que
eles são a mesma coisa. O capítulo 4 versa sobre o Domínio das
Relações Entre os Sons da Fala e as Letras da Escrita. Gostei muito
do capítulo 4, onde versa sobre o domínio das relações entre os
sons da fala e as letras da escrita. Ficamos sabendo que há mais
coisas envolvidas no ato de alfabetizar do que apenas repetir sons, e
essa foi a preocupação que a professora teve na aula, seguindo as
ideias de Rojo. Nesse capítulo, a autora anda um pouco pela história
da escrita, desde os sumérios, passando pelos fenícios, viajadores
do mundo antigo, que acabou influenciando os gregos, e, por fim, os
romanos, e nós, pelo latim, a última flor do lácio.
Estudamos
alfabetismo, e o desenvolvimento de competências de leitura, o que
foi bastante proveitoso, já que deu mais detalhes sobre
alfabetização e letramento, que se manifesta nas coisas mais
diversas, como ir a um banco, ler algo escrito no papel de um
vendedor de confeitos, ler um bilhete: tudo é letramento. A
capacidade de compreensão é muito vasta.
No capítulo 6 do
livro de Rojo (2009), há uma explicação sobre letramento, e há
mais detalhes nisso, e onde se diferencia isso de alfabetismo. O
último envolve práticas sociais, o primeiro, é mais individual,
mais haver com cognição, inteligência. Fala também de dois
enfoques do letramento: o ideológico e o autônomo. Os letramentos
também são múltiplos, e estão em quase tudo que fazemos. É
preciso ser multicultural em sua cultura, e poliglota na sua própria
língua, o que parece contraditório, mas isso é o que afirma Rojo.
Inovador foi
lidarmos com alguns textos que mostraram os vários gêneros
textuais, todos novos, nas mídias digitais: os softwares educativos;
a língua portuguesa pode ser ensinada neles, e através deles.
Escola conectada: os multiletramentos e as TICS, Rojo (org).
Primeiro, nos deparamos com as Fanfics, Google Docs... A produção
textual colaborativa, que incentiva os leitores a escrever e a
interagir através de muitos textos, e a colaboração é bem ampla,
podendo os leitores fazer isso completando a estória, nas Fanfics,
ou nos escritos mais formais do Google Docs. Uma aluna em nossa
classe se mostrou bem versada nisso tudo, principalmente naquela.
Disseram até que Fanfics era pior que pornografia, em termo de
qualidade, ou falta de. A metalinguagem desse tipo de texto é muito
forte. Depois veio o texto “O Jogo de Interface Textual: práticas
de letramento em MUD.” Este termo quer dizer Dimensão de
multiusuários, em português. É um jogo online. Muitos de nós
nunca ouvimos falar disso, mesmo os que usaram a internet desde os
primórdios dela, porque a prática era tida como de pouco valor.
Pode-se usar, neles, imagens e textos, e parece ser bem dinâmico. O
Vidding não fica atrás também, para muitos, tão desconhecido como
o MUD. Pouco foi falado na sala de aula, mas sabe-se que tem várias
categorias e vários níveis deles, como AMV e fansub, e tantas
outras. Outro texto, desse tipo, falou de multiletramento em ambiente
educacional, organizado por vários autores, entre eles Neto, Thadei,
e Silva-Costa. Ele deu uma ideia do panorama teórico -metodológico,
como modalidade, multimodalidade, mídia, multimídia, hipertexto e
hipermídia. Os multiletramentos das novas mídias, parece, atraem
mais os jovens, por causa do uso do celular, iphones, ipads, ipodes,
tabletes, etc; isso foi bem discutido na classe, pois alguns de nós
ensinam já, e debatemos se isso é mesmo válido, ou esse uso nas
aulas atrapalha. Cada um pensou de uma forma diferente. Hoje em dia
não se pode mais admitir que não existam outras possibilidades de
ensinar e aprender, já que, pela internet, aprende-se até de longe;
não sei se esse aprendizado é válido. Depende do aluno, ou dos
mestres, ou dos dois. Os mais antigos, que hoje são doutores, nunca
precisaram disso e aprenderam bem, e fizeram um trabalho e pesquisas
de grande relevância. Os tempos de hoje são outros tempos,
entretanto, e é preciso adaptar o aprendizado e ensino com tudo que
se tem hoje. Outros tempos, outros mestres, outros conteúdos, e tudo
deve ser aproveitado.
Esse período foi
mesmo consubstancial, e alguns aproveitaram mais do que outros, tudo
foi válido, e serviu como um paradigma, nos deparamos com uma boa
professora, que trata bem os alunos, e foi até paciente, nos mostrou
que ensinar é mais do que mostrar que sabe; assim, aprendemos que
haverá professores mais conscientes do seu papel multicultural e tão
diversos. Ensinar é mais do que pensamos, e pode ser um prazer mais
do que já é.
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